Causaram polêmica as camisas da Adidas alusivas à Copa do Mundo de 2014. Uma delas diz "Lookin' to score" que tem duplo sentido de 'marcar' (pontos ou gols) e "faturar" (em um sentido, digamos, sexual). A segunda dispensa interpretações ao mostrar um "coração-nádegas" com os dizeres "I love Brazil".
Órgãos oficiais como a Embratur se manifestaram contra a Adidas que parece ter cancelado as vendas das camisetas. A alegação é de que poderiam estimular o "turismo sexual".
Embora eu não tenha gostado da camiseta por seu conteúdo sexista e achar de "mau gosto", acho que seriam perfeitamente aceitáveis na cultura carnavalizada em que vivemos. É irônico que o país que diz se orgulhar de seu Carnaval em que mulheres seminuas desfilam por aí e onde "popozudas" tem status de popstar nessa cultura tosca do funk se sinta constrangido com uma simples camiiseta. E o delicaco tema da exploração sexual tem a ver com muitos outros fatores sociais dos quais nossos governos não conseguem dar conta.
Outro dia me deparei em uma loja da rede Renner com uma camiseta com os dizeres "Brazilians do it better" ("Brasileiros fazem melhor") e não vi ninguém reclamando. Sem contar com camisetas como as da 'grife' "Pânico" (do programa de TV) que como regra trazem mensagens sexistas de duplo sentido e são vendidas em grandes lojas por aí.
Brigar com a Adidas por causa das camisetas é culpar o espelho pelo que ele mostra. Se tratássemos a educação com mais seriedade, certamente projetaríamos naturalmente uma imagem mais positiva de nossa nação...
Por essas e outras, fica aí nossa canção manifesto:
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