quarta-feira, 21 de março de 2018

Figurinhas da Copa: a última esperança para unificar o País

O tão aguardado álbum de figurinhas é o arauto da chegada da Copa do Mundo. Nesse mundo digital cada vez mais impessoal, a tradição da coleção e principalmente da troca de figurinhas é mais do que bem-vinda. 

Quem já participou de algum encontro de troca de figurinhas sabe do que eu estou falando. O simbólico fala mais alto e não há distinção ideológica e nem de faixa etária. Além de divertido chega a ser bonito de se ver. Se isso não conseguir unificar esse país, nada mais o fará!  

quinta-feira, 8 de março de 2018

Resenha: SÓCRATES - Biografia

Como não vi Sócrates jogar, para mim ele sempre foi o irmão mais velho de Raí, terror do Morumbi e, junto com Zetti, grande ídolo futebolístico de minha infância.


Mas com o tempo veio a curiosidade de entender porque o "Doutor Sócrates" exerceu, e ainda exerce, tanto fascínio nos afficionados por futebol, sejam eles corintianos ou não.

Nesse sentido, a biografia escrita pelo jornalista Tom Cardoso é um excelente e didático guia.

Das origens humildes de sua família e seu estabelecimento em Ribeirão Preto, passando pelo início de carreira no Botafogo local, o que inclui antológicos "mim acher" no próprio pai, ao desenvolvimento de sua trajetória no Corinthians e na Seleção Brasileira (e também o fiasco no futebol italiano), o livro aborda de forma bastante clara e fluida os principais pontos que convergiram para que Sócrates se tornasse um ícone do nosso esporte favorito.

Estão lá todas as polêmicas e contradições do craque: o jogador que não soube ser atleta, o médico que não cuidou da própria saúde, o criador da "democracia corintiana" admirador da esquerda mais extrema a ponto de batizar um de seus filhos de Fidel. 

Sem muita especulação, vemos um retrato bastante fidedigno de Sócrates, com depoimentos de pessoas que conviveram com ele e de trechos de uma autobiografia não acabada.

De quebra, ainda temos insights diversos sobre um período crucial de nossa história, com a redemocratização do país e seus dilemas, é uma nova luz sobre outras figuras importantes do nosso esporte, como o próprio Raí, Casagrande, o mestre Telê Santana, entre outros. 

Com isso, o autor escapou da armadilha do clubismo e criou uma obra que pode ser facilmente digerida por todos aqueles que gostam de pensar o jogo além das quatro linhas.

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segunda-feira, 5 de março de 2018

Resenha: Guia Politicamente Incorreto do Futebol

Nem tanto um guia, nem tão politicamente incorreto assim. Mas um ótimo compêndio de curiosidades sobre diversos aspectos do futebol.



Organizado em capítulos independentes, o livro vai de Charles Miller a Lionel Messi, com o intuito de desconstruir e desmistificar fatos, craques e cartolas do passado e do presente. 

Há algumas bobagens e exageros como uma defesa de Galvão Bueno (nossa, que politicamente incorreto!) e um capítulo "enaltecendo" Ricardo Teixeira por ter dado o mínimo de organização ao futebol brasileiro.

Mas também há muitas verdades, como o interessantíssimo capítulo sobre o Racismo no futebol brasileiro e o capítulo que discute o início do futebol no Brasil.

A maior polêmica talvez seja a de colocar a Seleção Brasileira de 94 como a mãe do tic-taca do Barcelona e da Seleção Espanhola, tese sustentada com estatísticas surpreendentes.

Como o livro foi escrito antes da Copa de 2014, não temos um capítulo sobre o 7x1, que seria um prato cheio para as discussões aqui propostas.

De qualquer modo, os autores Jones Rossi e Leonardo Mendes Júnior tiveram o brilhantismo de pincelar temas interessantes e destrinchá-los de forma bastante original, fazendo deste um dos livros mais legais sobre futebol a ocupar espaço aqui na minha prateleira.

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