Poucas vezes o título de uma obra definiu tão bem o seu autor. Nenhum outro termo senão ”insular”, que refere-se à ilha, poderia caracterizar melhor o atual momento da carreira de Gessinger, remanescente de uma era de ouro que dificilmente será igualada, e ao mesmo tempo dar a dimensão introspectiva que marca esse seu álbum solo.
“Insular” abre com a breve faixa “Terei Vivido” (uma vinheta acompanhada por baixo e metrônomo) que é seguida por “Sua Graça”, uma faixa eletroacústica com uma letra de fácil assimilação e ‘trocadilhos gessingerianos’. ‘Bora’, é uma das faixas mais rockers do álbum. “A ponte para o dia” segue a mesma levada pop rock de “Sua Graça”.
“Tchau Radar” começa meio deprê mas se desenvolve em uma power ballad com um ótimo solo de guitarra e vocalizações bem interessantes, sendo uma daqueles canções que pode causar estranheza a princípio mas cuja impressão final tende a ser surpreendentemente boa.
“Tudo está parado” é uma faixa que cativa pela sua simplecidade e pelo inteligente jogo de palavras. “Recarregar” é mostra o lado regionalista de Gessinger com direito a acordeom e tudo mais. “Milonga do xeque-mate” é uma canção muito bem trabalhada onde enriquecida pela guitarra do renomado guitarrista Frank Solari.
A faixa título é uma vinheta que serve como introdução para a balada acústica “Prenda Minha”. Já “Segura a onda ,DG” é uma canção “zecabaleirística” inspirada no clássico “O retrato de Dorian Gray”, do escrito Oscar Wylde. ”Plano B” traz o rock’n'roll de volta e encerrar o álbum com citações de todas as outras faixas.
Embora possa decepcionar quem esperasse um álbum mais ‘rockeiro’, “Insular” destaca as principais qualidades de Gessinger, que são a sensibilidade e maestria de um verdadeiro ‘engenheiro das palavras’.
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