Como temíamos, a sujeira foi grande demais e somente uma tapetão para tentar escondê-la foi a solução encontrada pelos engravatados do futebol que transformam aquela que é tida como paixão nacional em vergonha nacional.
E como nos piores momentos da história o mais fraco pagou o preço em um julgamento de cartas marcadas, que se tranformou em um mero teatro para comunicar à Portuguesa que ela, que foi valente dentro das quatro linhas, vencendo rivais regionais de forma épica e lutando sempre da melhor forma dentro de suas limitadas forças, amargará um descenso ao invés do rico Fluminense, que de atual campeão foi a vexatória situação de rebaixamento devido a sua própria incompetência.
Havia argumentos para condenar a Portuguesa e livrar o Fluminense? Sim, sem dúvida, como também havia para que se livrasse a Lusa e fosse mantido o resultado de campo. As leis são interpretativas, caso contrário não existiriam julgamentos. Porém, nesse país imoral onde os tribunais são por vezes imorais, prevaleceu a mais imoral das interpretações, aquela que beneficia o mais influente.
De todas as trapaças que já presenciei como fã de futebol, nunca senti tanta vergonha como dessa vez. Talvez por ter esperança que depois de tanto 'vem pra rua', as autoridades tivessem criado o mínimo de vergonha na cara, ou que às vésperas de uma Copa do Mundo tivéssemos o mínimo de maturidade para lidar com situações como essa.
Mas essa segunda-feira, 12 de dezembro de 2013, é a data a ser grafada na lápide do futebol brasileiro. O futebol é a antítese dos tribunais. Quando a letra fria da sentença é proclamada o campo lúdico desaparece. E com eles se vão os sonhos e as ilusões.
O futebol brasileiro está morto. Rebaixado a um joguete nas mãos de burocratas. Mas tudo estará lindo quando a Copa das Maravilhas chegar ao país do futebol...
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