Somos todos macacos? Se você estiver assistindo ao filme "Planeta dos Macacos: O Confronto" não ficará com muitas dúvidas de que a resposta é sim.
Dez anos após os eventos do filme anterior, a população da Terra foi quase dizimada pela gripe símia que levou a um estado apocalíptico, com os sobreviventes confinados em uma colônia sob quarentena. Já os macacos liderados por César permanecem escondidos nos arredores da cidade onde estabelecem uma comunidade pacífica e próspera.
O problema começa quando os humanos precisam atravessar a área em que estão os macacos para reativar a produção de energia em uma antiga represa. O impasse dará início a uma série de dilemas, dentre os quais o central é confiar ou não nos humanos. O grande ponto positivo do filme é justamente essa alegoria.
O 'confronto' ao qual alude o título em Português não é somente a guerra que eventualmente será travada entre as espécies, mas o conflito ético por trás dela. O que causa uma guerra? Medo, egoísmo, vingança, intolerância, sobrevivência...
Sentimentos tão primitivos poderiam ser chamados de 'instinto'? Depois da violência praticada de lado a lado, o protagonista César conclui decepcionado que macacos e humanos são mais semelhantes do que ele imaginava, especialmente quando vê a regra de ouro que diz que "macaco não mata macaco" ser quebrada.
É claro que é possível assistir ao filme sem uma percepção tão crítica, e quem o fizer irá se deparar com uma obra visualmente estupenda, que explora com maestria a tecnologia para a criação realista dos símios e cenas que vão ficar marcadas como novos clássicos do cinema de ficção científica (afinal não é todo dia que se vê uma horda de macacos tomando São Francisco e galopando imponentes alazões pretos...).
Em tempos tão violentos, a ficção científica mais uma vez cumpre seu papel de nos levar a refletir sobre a nossa condição humana. Após assistir ao filme, impossível não pensar que no fundo talvez sejamos mesmo um bando de macacos com armas destruindo uns aos outros sem saber bem o porquê de tudo isso...
Veja também:Transformers: A era da extinção (crítica)
Nenhum comentário:
Postar um comentário