E Dunga foi oficialmente apresentado como técnico da seleção brasileira. Depois de tanta discussão sobre o "futuro do futebol brasileiro", sobre mudanças necessárias e outros tantos blábláblás, um técnico que pode significar tudo, menos inovação.
Contudo, discordo de quem ache a escolha um absurdo. O restrospecto da primeira "Era Dunga" é digno, incluindo o desfecho (muito mais digno do que 2006 e 2014). Comparado aos outros cogitados, como Muricy e Tite, não vejo grande diferença.
Dunga "não tem repertório", dizem por aí. Mas que treinador no brasileiro tem? Muricy sofre com retrancas desde sempre (pergunte aos são-paulinos sobre Ponte Preta na Sul-Americana 2013, Penapolense no Paulistão e, mais recentemente, a Chapecoense). Tite por sua vez, ganhou o singelo codinome de "empatite" e não foi à toa. O argumento da experiência nesse caso poderia ser relativizado: se Dunga tem pouca experiência em clubes, os outros não tem nenhuma na seleção brasileira.
Marcelo Oliveira, o único que se destaca por seu time ofensivo, e ao que tudo indica rumo ao bi-brasileiro com o Cruzeiro, sequer foi lembrado nas enquetes dos grandes veículos. Talvez por não ter sido campeão no Rio ou em São Paulo.
Considero que exista muita ingenuidade e utopia nessa discussão. Para aqueles que pedem um técnico estrangeiro nem Guardiola, Mourinho, van Gaal ou o Papa Francisco fariam milagres nessa estrutura viciada do futebol brasileiro.
E é mais do que evidente que CBF tem dono. É uma empresa que visa o lucro e atende a interesses de grupos específicos. Exploram o futebol brasileiro, mas não o desenvolvem. Parasita mais ou menos nos moldes de nossos partidos políticos. Promove viradas de mesa no principal campeonato que organiza. É parceira dos veículos de comunicação idiotizantes que elogiam a mediocridade e depois criticam quando lhes convém. E por aí vai.
Nesse contexto, não vejo como me indignar com a escolha de Dunga. Se ele fizer o "arroz com feijão", convocando quem de fato merece, treinando de verdade, acabando com o 'oba-oba' midiático, terá grandes chances de ser melhor sucedido que Mano-Felipão-Parreira. E já tomou a sagaz decisão de não acumular a função de técnico da seleção olímpica (que até hoje só serviu para derrubar técnicos).
Curioso observar também como o pessoal do samba de uma nota só "sou-brasileiro-com-muito-orgulho-com-muito-amor" se sinta ultrajado com a escolha de Dunga, que para o bem e para o mal, sempre foi identificado com a "amarelinha". E pensar que há menos de um mês aplaudiam o circo de Felipão, fazendo dramalhão em arroubos patrióticos sem sentido.
Dunga certamente não é o técnico que o futebol brasileiro precisa. Mas é o técnico que a seleção brasileira merece.
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Concordo com o post. O Dunga ao menos não parece ser o tipo de treinador que deixa qualquer clima de oba-oba o iludir, como seu antecessor deixava. Em relação a não escolha de um treinador estrangeiro, concordo que nenhum Guardiola ou Mourinho fariam milagres, mas ainda assim preferia alguém de fora para inovar ao menos nas táticas dentro de campo. Hoje todos os nossos times jogam de maneira semelhante e não sabem reagir a situações adversas e nesse ponto estamos muito atrás da Europa. O Dunga é mais sério do que o Felipão, mas também não acredito que fugirá do (baixo) padrão atual do nosso futebol.
ResponderExcluirO Dunga é mais do mesmo, a coisa só vai mudar qdo mudar a cartolagem (o que pode demorar décadas...). Acho mais fácil alguma mudança partir dos clubes ou de um 'bom senso' da vida que da CBF. Valeu pelo comentário!
ExcluirSaudações Jean Miranda
ResponderExcluirTemos visto o seu blog e temos uma proposta para você. Encontramos o seu e-mail, mas Colfutbolps@hotmail.com e-mail para e vamos falar mais sobre isso.
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