O Terço é uma das bandas mais importantes da história do rock nacional, transitando pelo rock, rock progressivo e MPB. Em sua história de quase cinco décadas a banda teve no guitarrista Sérgio Hinds o seu pilar. Para alegria de todos os seus fãs, em 2013 a banda anunciou o retorno do vocalista e tecladista Flávio Venturini (que tem também grande reconhecimento por sua carreira solo e por fazer parte do 14 Bis), que junto com Sérgio Magrão, outro da formação clássica deram início a turnê "O Terço 3D", que em breve deverá resultar em um DVD gravado no Rio de Janeiro. Completando o time, temos o baterista convidado Fred Barley.
E foi essa formação que se apresentou no evento CARNAROCK, realizado nesse domingo de Carnaval em Votorantim/SP, que além da banda O Terço, teve como atrações as bandas Hippie Hunter, Lecher, Fire Strike, Symptomen e Dream Wild.
Banda Symptomen de Tatuí/SP, uma das atrações responsáveis por animar o carnaval rock'n'roll de Votorantim |
Sérgio Magrão é outra grande presença que contribui não só com o peso de seu instrumento mas com backing vocals precisos para todos os arranjos d'O Terço.
Hinds por sua vez, é um show à parte. Com o timbre hipnotizante emanado de sua Tagima estilizada mostrou mais uma vez porque pode ser considerado o coração e a alma do rock progressivo nacional.
Por fim, as canções. O que muitas bandas precisam aprender com esses é que nenhum virtuosismo será suficiente sem uma boa canção, uma boa ideia, uma boa letra.
E isso passa pela sensibilidade de se enxergar a poesia nas coisas mais banais. Ao meu ver, essa é a principal qualidade d'O Terço: ter adaptado de forma muito original elementos de temática regional à estética do rock progressivo.
Por isso canções como "Casa Encantada", "Criaturas da Noite", "Queimada", "PS", se tornaram hinos de lacrimejar os olhos de muita gente que acompanhava essa apresentação.
Para atestar a importância d'O Terço, no entanto, poderíamos ficar apenas na primeira música "1974", a música instrumental mais linda da história rock mundial, e na última, "Hey Amigo", rock'n'roll visceral e com uma letra chapada bem ao estilo setentista. Só essas duas joias colocariam no bolso muitas bandas dessas celebradas pela grande mídia como as "maiores" do rock nacional.
Ao final de sua apresentação, O Terço agradeceu o público, mas nós é que temos que dar graças de músicos tão fantásticos ainda manterem seus ideais artísticos nesse país que não valoriza os talentos do presente, tampouco reconhece os grandes do passado.
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