quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge

Difícil analisar essa terceira e última parte do Batman de Christopher Nolan. 

Após a obra-prima chamada The Dark Knight, que tipo de expectativa nutrir? Toda e qualquer comparação parecerá injusta e ainda assim será inevitável.



Tecnicamente temos um filme impecável. As cenas de Gotham City sitiada e todo o caos instalado são impressionantes. Mas o que deveria ser sua virtude acaba apenas camuflando um roteiro mediano que fecha muito bem com Batman Begins, mas que de fato fica longe do brilhantismo do segundo filme.




E assim como acontecera no filme anterior, há momentos em que Batman parece mais um coadjuvante, com a diferença de que o vilão Bane e seu discurso que beira o fanatismo religioso, querendo estabelecer uma "nova ordem", não apresenta a mesma complexidade (e nem o mesmo 'carisma'...) que o Coringa, um verdadeiro arauto do Caos, em uma interpretação magistral de Heath Ledger.




Ah sim, a "Mulher-Gato" também está lá, mas sem o excesso de fetichismo que geralmente ronda a personagem, provavelmente em sua melhor caracterização no cinema.




Do ponto de vista narrativo, há sequências que não ficam bem amarradas. Como, por exemplo, o fato de Bruce Wayne passar dias em uma prisão no meio do nada e na cena seguinte a sua 'fuga' ele aparecer todo galeanteador em Gotham como se nada tivesse acontecido, sem nenhum tipo de transição. Essa falta de coesão, no entanto, não atrapalha o andamento da trama que segue em ritmo acelerado.





O desfecho segue as fórmulas hollywoodianas de guardar uma "surpresa dentro da surpresa", algo que deve estar na cartilha dos roteiristas e invariavelmente acaba criando um anti-clímax. Há também um epílogo folhetinesco que faz com que tudo se encaixe e o "final feliz" seja garantido.




Chama a atenção o fato de boa  parte da ação final acontecer durante o dia, mas mesmo isso está cheio de simbolismo: o que o desacreditado Cavaleiro das Trevas verdadeiramente almeja é a luz, é a libertação de sua alma torturada pelas perdas e pelo vazio por trás da máscara do guerreiro.




E para o público adulto talvez essa seja a beleza do filme, afinal por trás das nossas máscaras o que verdadeiramente almejamos é a fuga das trevas dos conflitos que nos afligem.




Leia também: O Cavaleiro das Trevas Chora

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