segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Resenha: 'My bloody roots', a autobiografia de Max Cavalera

My bloody roots O Brasil não é lá muito famoso por respeitar sua história e a memória de seus ídolos. Por isso mesmo 'My bloody roots', a autobiografia de Max Cavalera lançada em Português no início de 2014, é um livro bastante oportuno.

Lendo suas páginas lembramos de um fato que anda bastante esquecido: Max Cavalera é o maior nome da história do metal nacional. E se por um instante conseguíssemos deixar qualquer preconceito de lado, chegaríamos a conclusão de que Max é também um dos maiores nomes da música brasileira de todos os tempos. 
Começando com os relatos de sua infância e a perda precoce de seu pai, seu envolvimento com a umbanda, religião de sua mãe e os primeiros anos do Sepultura, quando sequer conseguia afinar sua guitarra, Max demonstra o tortuoso caminho até a gravação de seu primeiro disco e a sua obstinação em subir um degrau de cada vez até o estrelato mundial, consolidado com o magnífico Chaos A.D. 

Os bastidores da gravação de 'Roots' são muito curiosos, bem como a repercussão de sua estrondosa popularidade que fez do Sepultura uma das bandas do primeiro escalão mundial. A partir daí, infelizmente, as relações pessoais entraram em declínio, o Sepultura se separou, e Max afundou-se gradativamente no álcool e outros vícios, momentos difíceis por ele detalhados. 

Mas nem tudo se resume a dramas pessoais e ao Sepultura. Há histórias divertidas dos encontros de Max com seus ídolos de infância, como Ozzy e Lemmy do Motorhead, da amizade com outros rockstars contemporâneos, das 'tretas' nas turnês e da gênese do Nailbomb, Soulfly e Cavalera Conspiracy, entre outras histórias em que Max expõe seu lado familiar e até espiritual. Obviamente reviver essa fase através de suas palavras reacende diversas polêmicas.

A principal delas é que o Sepultura sempre foi o sonho do Max, e por mais qualidade que a banda possa ter apresentado desde a sua separação, ainda é difícil superar essa mancha em sua história. Mas essas são conclusões que cada leitor deverá tirar. O mais importante é o registro de uma das partes mais importantes da história do metal nacional, o que faz do livro leitura obrigatória para os amantes de música pesada.

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