E lá se foi uma semana da tragédia em Oruro. Saiu a punição ao Corinthians que jogará com portões fechados contra o Milionarios (COL) nesta quarta-feira e possivelmente nos jogos seguintes nos próximos 60 dias (leia mais aqui).
Dentre tantas bizarrices nesse caso duas são de derrubar a moral de qualquer um: primeiro, no domingo tivemos a entrevista do tal "de menor" que assumiu a autoria do disparo do sinalizador e causando consequentemente a morte do torcedor boliviano (assista a matéria do Fantástico aqui). Com fortes suspeitas de que seja uma 'armação' já que aqueles que ainda não atingiram a maioridade gozam de status privilegiado perante a lei, expediente, aliás, comumente utilizado por organizações criminosas (leia mais aqui).
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Nação ou Alienação? |
E na tarde de hoje, terça-feira, eis que foi levantada a hipótese de o Corinthians impedir a imprensa de acompanhar o jogo. O que novamente soa como uma estratégia para aumentar a confusão e criar pressão sobre a Conmebol para a redução da punição.
Sabemos que de 'santos' no futebol só temos os nomes de alguns clubes. Mas a canalhice anda passando dos limites. E infelizmente o que a mídia faz há tempos é fomentar esse circo de 'desinformação'.
Quando o seu 'campeão de audiência' está envolvido, é que a coisa fica ainda mais intragável. O torcedor-telespectador que ao final de 2012 viu todo o patetismo ao redor do clube alvinegro, como as vexatórias tentativas de se inflar números, acobertar os excessos (como o vandalismo no aeroporto) e criar expectativas infundadas (como a tal festa que iria parar São Paulo e que aconteceu numa perspectiva que pode ser considerada normal), agora vê toda uma comoção forçada ao redor da punição 'injusta' ou 'exagerada'. Mostram as manifestações de "luto" da torcida, mas omitem que os mesmos brigaram entre si, como por exemplo ocorreu em Bragança Paulista (leia mais aqui).
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Ronaldo & Lula: benfeitores |
Senão fosse o suficiente, ainda há os casos de 'politicagem' que envolvem tanto a construção do famigerado Itaquerão, o apadrinhamento de Lula, o patrocínio de um banco estatal.
Parece que nosso projeto de nação (ou de alienação) passa exlusivamente pela 'estatização' de um clube.
Como cidadão, torcedor e apreciador de futebol, fico decepcionado e apreensivo com a situação. Não percebem os envolvidos nesse 'projeto' que na medida em que promovem um clube promovem também a rejeição a ele.
No país da bola, todas as tensões da sociedade (inclusive ideológicas e políticas), ecoam nos campos de futebol e nas redes sociais, que por sua vez se tornaram ecos da arquibancada, e com um atenuante de serem extramente eficazes na propagação de ideias, sejam elas construtivas ou destrutivas.
O antídoto para a alienação talvez fosse a educação, mas esta já foi rebaixada a sabe-se lá que divisão no campeonato das nossas prioridades. Aos que ainda tentam resistir, há que se garimpar nos blogs e sites independentes opiniões e informações que destoem do coro midiático...
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