terça-feira, 2 de julho de 2013

Faroeste Caboclo (crítica)

Quem se encantou com o clima leve de "Somos tão jovens" (leia crítica AQUI) e se animou em ver "Faroeste Caboclo", ambos baseados na Legião Urbana, esperando ver algo semelhante no filme de Renê Sampaio tem grandes chances de sair perplexo do cinema.

O filme inspirado na clássica canção escrita por Renato Russo obviamente traz como personagens o anti-herói João de Santo Cristo (Fabrício Oliveira), Maria Lúcia (Isís Valverde) e o "traficante de renome" Jeremias (Felipe Abib), em um estranho triângulo amoroso que ocorre em meio à festas embaladas ao som do rock dos anos 80 e consumo de drogas. Porém, não se trata de um simples transposição dessa narrativa às telas, embora as referências a ela abundem.
Outras questões importantes estão lá: a corrupção policial, a desigualde social, o preconceito racial e tudo mais que possa contribuir para a "vitimização" de João de Santo Cristo, "pobre, negro, analfabeto" que vem para Brasília deixando para trás seu lar destruído e se apaixona por Maria Lúcia, filha de senador, e tem que se confrontar com o universo dos playboys viciados.
Entre os coadjuvantes, Pablo (o ator uruguaio César Trancoso), o primo peruano de Santo Cristo, é o destaque e um ponto de apoio importantíssimo na trama.
No final das contas, "Faroeste Caboclo" é quase um "Cidade de Deus" candango: eletrizante, violento e trágico. Um bang-bang urbano sem mocinhos, onde o maior bandido é o fatalismo que se impõe "a essa gente que só faz sofrer".

Um comentário:

  1. Eu ,fui assistir o filme, e não foi como eu esperava, realmente gostei da sua comparação com cidade de Deus. Um bom filme, mais eu esperava mais xD

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