A Copa Libertadores ia começar a sua segunda rodada quando um trivial tuíte do perfil oficial da competição revelou uma devastadora realidade, a qual até então eu desconhecia: os rolos de papel, talvez os maiores estandardes do futebol Sul-Americano, estão PROIBIDOS pela Conmebol.
A entidade, que já havia proibido a simpática entrada de crianças nos gramados, ainda proibiu bandeirões e tiras de pano 'por questões de segurança'. E mesmo apitos e balões foram banidos. Tudo registrado em um 'imoral' documento chamado de "Circular 3" (leia o documento CLICANDO AQUI).
Fico imaginando que o próximo passo seja proibir as pessoas de torcerem (aliás, isso já ocorre, como no jogo San Lorenzo x Corinthians num Novo Gasômetro sem o 'gás' da torcida...). Todos comportadamente sentados e aplaudindo, ao estilo plateia de tênis. O futebol sul-americano já foi melhor. E também mais divertido...
O universo da sci-fi está em luto com a morte do grande ator Leonard Nimoy, intérprete do icônico Spock, da série Star Trek e que faleceu nesta sexta aos 83 anos.
Embora nunca tenha conseguido se desvincilhar de seu personagem mais famoso, Nimoy desenvolveu diversas outras atividades, como a de cantor, da qual destacamos dois momentos curiosos.
A primeira é uma canção intitulada 'The Ballad of Bilbo Baggins", inspirada no famoso Hobbit criado por J.R.R. Tolkien:
A segunda é um cover de "Proud Mary", clássico do Creedence Clearwater Revival, que recebeu uma versão digamos mais moderada:
Vida longa e próspera a todos que reconhecem o valor da grande obra de Nimoy!
E o CRASHDIET continua ostentando firmemente o título de banda mais desafortunada do hard rock. Em mais um revés, a banda comunicou que o vocalista SIMON CRUZ simplesmente abandonou a banda.
SIMON CRUZ foi o responsável pelos vocais nos dois últimos álbuns da banda, os excelentes “Generation Wild” (2010) e “The Savage Playground” (2013).
O Crashdiet surgiu como uma das bandas mais promissoras de sua geração com o álbum 'Rest in Sleaze (2005), mas o suicídio do vocalista Dave Leppard em 2006 colocou um ponto de interrogação no futuro da banda, que continuou com H. Olliver Twisted, com quem lançou apenas um álbum The Unattractive Revolution (2007).
Simon Cruz parecia ser a escolha certa para a banda, que entre outros perrengues acabou até passando por dificuldades financeiras devido à morte de seu empresário. Agora é torcer para que a banda se ajuste novamente, já que os membros remanescentes afirmaram ter um novo álbum quase pronto.
Desde o ótimo 'Temple of Shadows' que o ANGRA devia um álbum à altura de sua reputação. E foi necessária uma reestruturação para que a banda realmente voltasse a gravar uma obra relevante. Isso não aconteceu apenas devido a presença do vocalista Fábio Lione e do baterista Bruno Valverde, mas à coragem da banda em abrir mão de alguns vícios do power metal, projetando-se em direções mais progressivas.
Essa mudança fica evidente já na primeira faixa do álbum "Newborn me", que foge à cartilha do Angra de começar com uma música rápida, com bumbo duplo e fritações típicas. Ao contrário, temos uma faixa cadenciada em uma grande atuação de Lione, e uma belíssima passagem 'acústica' que antecede um solo cheio de feeling, além de um acréscimo percussivo muito bem vindo.
Mas é claro que seria impossível o Angra abandonar completamente o power metal. E a faixa "Black hearted soul" vem na sequência para aplacar a ansiedade dos fãs mais 'true' (mesmo assim a quebradeira no meio da música acaba sendo o seu diferencial, com Valverde 'descendo o braço' sem dó).
Em "Final Light" é o baixo de Felipe Andreoli que dita o ritmo em uma canção densa e poderosa e novamente com elementos percussivos bem encaixados. "Storm of the emotions" é uma das melhores músicas do Angra nos últimos tempos. A interpretação de Lione é fenomenal, assim como o belíssimo solo de guitarra, sem contar o refrão marcante e a primeira participação de Bittencourt nos vocais.
"Violet Sky" é a minha favorita. Uma faixa pesada e um riff que pouco se assemelha a outros trabalhos da banda, surpreendendo positivamente pela originalidade. A faixa conta com os vocais de Rafael Bittencourt, lembrando muito seu ótimo trabalho solo (Brainworms I). Aliás, ouvindo Rafael cantar eu me pergunto se o Angra precisava mesmo de um novo vocalista...
Dando sequência, temos "Secret Garden", que talvez seja o único deslize do álbum. A música sequer foi composta pela banda e a intepretação é toda de Simone Simons, da banda Epica. Além disso, sua orquestração exagerada faz com que a música por vezes pareça extraída de um musical da Disney. Tudo isso na FAIXA TÍTULO!!! Difícil entender a decisão da banda, que deve ter adotado critérios mais mercadológicos que musicais. Uma faixa para ser pulada sem muito remorso.
O álbum volta a sua normalidade com "Upper Levels", no momento mais prog do álbum. A variedade de timbres, nuances e alternâncias é preciosa, indo de riffs tipicamentes heavy a vocalizações que remetem ao clássico rock progressivo.
"Crushing Room" tem Bittencourt dividindo os vocais com ninguém menos que a eterna musa do hard/heavy Doro Pesch. Uma canção pesada, cadenciada e dramática, sendo um dos pontos altos do trabalho.
"Perfect Simmetry" retoma o power metal pra gurizada que gosta de bater cabeça. Enquanto "Silent Call" faz o contraponto, uma breve balada introspectiva como só o Angra sabe fazer e novamente com os vocais de Bittencourt, colocando fim a "Secret Garden".
Tirando o deslize da faixa título, um trabalho excelente, muito bem executado inclusive em sua parte gráfica, que deve devolver o Angra ao seu protagonismo na cena metálica.
Incrível como a 2a Guerra Mundial continua sendo uma ótima fonte de inspiração para grandes histórias. É esse o caso de "Corações de Ferro", um filme eletrizante com o elenco encabeçado pelo astro Brad Pitt.
Na trama, um grupo de soldados comandado pelo general Don Collier (Brad Pitt) precisa atravessar a Alemanha em um tanque de guerra batizado de Fury (aliás, esse é o título original do filme). Ainda que a princípio façam parte de um grupo maior, após sucessivas batalhas somente os 5 tripulantes do Fury resistem.
Quando o veículo enfim sofre uma séria avaria, os soldados encurralados precisam heroicamente se defender de um pelotão nazista em um épico desfecho.
Ainda que nenhum filme desse tipo fuja de certos maniqueísmos, a narrativa consegue ser bem equilibrada. O segredo está justamente no enfoque dado à amizade construída pelos soldados do Fury e no desenvolvimento dos personagens em si, com destaque para Norman Ellison (interpretado por Logan Lerman do filme 'Percy Jackson')
Norman é um jovem que jamais havia atirado em alguém e se vê em meio uma guerra sangrenta ao lado de soldados que já tinham visto de tudo. É o personagem que incorpora toda a angústia e espanto dos espectadores frente aos horrores da guerra.
No final das contas, o tanque de guerra funciona como uma grande metáfora, na qua o coronel Collier é o cérebro, os demais soldados são os membros que executam as ações e Norman é o coração, que faz a audiência questionar o porquê de tudo aquilo.
É claro que nem tudo é drama. Há espetaculares sequências de batalhas com direito a toda sorte de violência hollywoodiana, incluindo decaptações e mutilações das mais diversas, que não irão desapontar quem busca um pouco de "testosterona".
Em meio a tanta afetação nas grandes produções, 'Corações de Ferro' é um filme à moda antiga, que aborda conflitos importantes mas sem cair no sentimentalismo barato e sem deixar a ação de lado. Uma excelente alternativa para fugir desses outros tons que atualmente assolam as salas de cinema...
E esse final de semana teve mais um episódio da luta contra o futebol moderno, desta vez no Campeonato Inglês (Premier League) e protagonizado pela torcida do Crystal Palace, que protestou contra os altos preços dos ingressos, especialmente nos chamados jogos contra os 'grandes' (alguém aí notou alguma semelhança com o Campeonato Paulista?).
Cientes do recente acordo recorde entres as TVs que transmitem a Premier League e os clubes que a disputam (e que, diga-se de passagem, é BEM mais justos que os nossos campeonatos no que diz respeito a divisão das cotas entre os clubes), os torcedores do Crystal Palace estenderam o bandeirão que você vê na foto acima, com os dizeres: "5 billhões de libras no 'cocho' e ainda assim exploram os torcedores. Compartilhem a riqueza, porcos!". O bandeirão ainda se referia à competição como "Premier Greed" ('greed' 'cobiça' em inglês).
O preço do ingresso para um jogo do Crystal Palace contra os grandes da Inglaterra custa 45 libras, o equivalente a absurdos R$ 198,00! No final, o Crystal Palace ainda perdeu a partida para o Arsenal por 2x1. Literalmente. venderam caro a derrota...
E a pergunta que fica é: será que um dia veremos esse tipo de protesto nos estádios brasileiros? Algo para se pensar...
Bruce Dickinson é provavelmente um dos caras mais legais da história do Metal. Além de um vocalista inigualável, ainda tem inúmeros talentos, de empresário a mestre-cervejeiro a piloto de aviões. Por isso a notícia de que ele está com um câncer na língua comoveu headbangers pelo mundo. Ainda que a nota oficial da banda tranquilize os fãs, a imagem do 'hiperativo' Bruce não combina de forma alguma com uma doença tão grave. Por isso, fica nossa torcida para que sua recuperação seja rápida e plena.
Abaixo você confere a nota oficial da banda:
“Pouco depois do Natal o vocalista do Maiden, Bruce Dickinson, em um checkup médico de rotina fez uma biópsia que revelou um pequeno tumor cancerígeno na parte de trás de sua língua. Um tratamento de quimioterapia e radiologia foi completado ontem. Como o tumor foi detectado em estágios iniciais, o prognóstico felizmente é muito positivo. A equipe médica de Bruce espera que ele se recupere completamente com um diagnóstico positivo previsto para maio. Depois disso serão necessários alguns meses para Bruce voltar a sua forma perfeita. No meio tempo pedimos por sua paciência e respeito à privacidade de Bruce e de sua família até que façamos um pronunciamento no final de maio. Bruce está muito bem levando em conta as circunstâncias e todo o grupo está muito otimista.”
MARKY RAMONE, o eterno ex-baterista dos RAMONES, tem uma solução nada usual para epidemia de ‘tiradores de selfies’ e ‘cinegrafistas’ que assola os shows de rock (se bem que eu me incluiria na categoria de 'fotógrafos amadores' de shows, mas de forma moderada, he he he...). Descubra qual é assistindo a esse hilário vídeo, que além da engenhoca ramônica apresenta ainda outras alternativas:
Samba no pé? Não no Carnaval de Votorantim, onde pelo terceiro ano consecutivo tivemos o festival CARNAROCK, que desta vez teve como grande atração a lendária banda SALÁRIO MÍNIMO.
O evento começou pontualmente às 15:00 horas com a apresentação da banda SLIPPERY (hard rock), seguida da banda PRESTTO (Classic Rock) e SANGRENA (Death Metal). Infelizmente em decorrência de alguns outros compromissos não pude acompanhar essas três primeiras atrações. Porém, segundo pude apurar as 3 bandas fizeram ótimas apresentações,
Apesar de a banda já ter se apresentado outras vezes na região, foi a primeira vez que pude prestigiar o SALÁRIO MÍNIMO e, de fato, a banda faz jus a sua boa reputação.
O vocalista China Lee é um grande frontman que sabe utilizar o sarcasmo para interagir com público.
Antes da música "Fatos Reais", por exemplo, houve espaço para uma provocação ao citar as polêmicas recentes em que se envolveu à época das eleições devido ao seu posicionamento político.
Outro momento digno de nota foi uma hilária "oração" ironizando sertanejos, funkeiros e afins e fez a galera ovacioná-lo.
Mas obviamente, o que todos queriam ouvir eram os clássicos da banda como "Beijo Fatal", "Dama da Noite", "Jogos de Guerra", "Noite de Rock", "Cabeça Metal" e "Delírio Estelar" sendo que, salvo caso de um "delírio estelar" desse resenhista, teve seu refrão mudado de "E se formando assim um delírio interestelar" para "Em Votorantim, um delírio interestelar", o que foi uma belíssima homenagem para a cidade que mantém um espaço constante para o rock em sua área cultural (além de uma surreal herança ufológica, mas isso é outra história...).
E é claro que o restante da banda formada por Diego Lessa (Baixo), Daniel Beretta (Guitarra), Junior Muzilli (Guitarra) e Marcelo Campos (Bateria) é um verdadeiro timaço que transpira energia e mantém revigoradas essas canções antológicas, mostrando que o SALÁRIO MÍNIMO ainda tem gás para muita coisa boa e para levar adiante seu precioso legado no metal nacional.
Encerrando a edição 2015 do CarnaRock em Votorantim/SP, tivemos a banda 'Love Gun' que presta um tributo aos mascarados do KISS (Leia resenha do show da banda Salário Mínimo CLICANDO AQUI).
E das bandas que fazem parte do Panteão do rock mundial, talvez nenhuma outra pudesse representar melhor o espírito do evento do que o KISS que com toda sua indumentária e pirotecnia já inspirou até alegoria da escola de samba Dragões da Real no Carnaval de 2014.
Embora muitos torçam o nariz para bandas cover, acredito que numa situação como essa de um evento aberto e de caráter cultural e festivo, elas podem ser um grande chamariz para o público mais 'leigo', ou seja, aqueles que gostam de rock mas tem pouquíssima informação sobre as bandas independentes.
Sobre a banda, digamos que ela cumpriu bem o seu papel de entreter a galera e homenagear seus ídolos, especialmente com a caracterização dos integrantes, com o Gene Simmons cover cuspindo sangue e fogo, coisa que poucos se atreveriam a fazer.
Tanto que mesmo com a fria e fina garoa um bom público permaneceu até o final da apresentação. Mais um evento de sucesso da Secretaria de Cultura de Votorantim e que esperamos que se repita em 2016.
Uma das histórias que povoa o imaginário rocker futebolístco é a que relata um encontro entre a seleção brasileira e os BEATLES na Copa do Mundo de 1966, realizada na Inglaterra. Na ocasião, os Fab Four teriam tentado conhecer Pelé na concentração do Brasil que ficava justamente na cidade de Liverpool. O vídeo abaixo mostra o próprio Pelé esclarecendo esta história e de quebra falando como conheceu John Lennon na época em que jogava no New York Cosmos. Confira:
O Primator é uma banda de heavy metal tradicional que prepara-se para lançar o seu álbum de estreia intitulado "Involution". Enquanto o álbum não é lançado, podemos ter uma prévia do que vem por aí com o clipe da faixa "Face of Death". Confira:
Você percebe que a ficção científica anda mesmo em alta quando se depara com um filme teen com a temática. É esse o caso de 'O destino de Júpiter', provavelmente umas das grandes bobagens que o gênero pariu nos últimos anos.
A trama já não ajuda muito: uma bela garota de uma família russa (?!?) descobre que é na verdade a reencarnação da rainha de uma dinastia que domina parte do universo e que há uma conspiração para acabar com sua vida antes que ela reivindique seu domínio sobre a Terra. Um renegado caçador mutante que tem genes de lobos (mas que por razões que o cosmo desconhece também tem asas) é designado para proteger a moça, que embora se mostre durona vive em perigo para ser salva por seu 'guardião'. Ah, sim e obviamente eles se apaixonam.
Contudo, o filme teria lá sua graça se fosse melhor executado. As criaturas alienígenas são pateticamente concebidas e parecem ter saído da mente de um designer daquelas séries japonesas dos anos 90 devidamente 'powerangerizadas'.
As cenas de ação tem um certo esmero visual, mas não conseguem camuflar a superficialidade de todo o resto, inclusive das inexpressivas interpretações dos protagonistas, especialmente da protagonista Mila Cunis (Júpiter). Channing Tatum, que deve ser o Gambit nos próximos X-men, se sai menos mal, já que suas cenas são em sua maioria de ação 'patinando' no ar. Até mesmo o bom ator Eddie Redmayne (que interpreta Stephen Hawking no filme "A teoria de tudo" que por alguma praga bíblica ainda não estreou aqui nos cinemas da cidade) vê seu talento desperdiçado com o vilão Balam que não tem carisma algum.
Se você não for muito exigente, talvez o filme valha uma matinê caso não tenha nada mais interessante para fazer. Caso contrário, é melhor passar longe.
Os marmanjos que queriam um motivo extra para torcer para o nosso querido E.C. SÃO BENTO no Paulistão 2015 não tem mais do que reclamar: está rolando o concurso 'MUSA DO BENTÃO'.
A votação é aberta ao público em geral acontece através da página da loja do São Bento no Facebook. Para votar basta curtir a foto da candidata de sua preferência. As 10 mais "curtidas' vão para a segunda fase do concurso, com direito a desfile no jogo São Bento x Palmeiras dia 14/02, sábado de Carnaval. A votação se encerra dia 12/02. Para ver as fotos das candidatas e votar, confira o link:
"Samba no pé" pode ter o seu valor cultural e tudo mais, mas em Votorantim/SP o Carnaval tem sido um pouco diferente. Pelo terceiro ano consecutivo a Secretaria de Cultura da cidade realizará o "Carnarock", dedicando um dia de sua programação carnavalesca para o rock'n'roll.
O festival que em anos anteriores teve como atrações principais as bandas Casa das Máquinas (2013) e O Terço (2014) contará nesse ano com as bandas Slippery (hard rock), a icônica Salário Mínimo, Sangrena (death metal), Love Gun (Kiss Tribute) e Prestto (banda local de classic rock).
O evento GRATUITO acontece no dia 15 de fevereiro (domingo) e tem tudo para repetir o sucesso das edições anteriores que atraíram ótimo público.
O Red Bull Brasil é a mais jovem equipe da série A Paulista. O fato de ser uma equipe explicitamente vinculada a uma empresa tem gerado muito curiosidade e até algumas polêmicas, como o fato de a Rede Globo se recusar a mencionar o nome de sua marca. Abaixo você confere um vídeo institucional que conta como o 'Toro Loko' chegou à primeira divisão do estado:
"Red Bull te dá asas"
O popular slogan do energético que dá nome ao time inspirou uma interessante ação de marketing. Pouco início do campeonato, os jogadores conheceram a camisa com a qual disputariam o Paulistão de forma inusitada: elas foram entregues por um paraquedista que aterrissou no campo em meio a um treinamento, fato registrado no vídeo abaixo:
Contra a 'Redbullização' do Futebol
Há por partes de muitos uma certa resistência a clubes-empresa, que de fato são uma praga do chamado 'futebol moderno'. Na Europa foram vários os casos de protestos contra clubes que nasceram artificialmente, sendo mais célebre o caso do Salzburg que foi comprado pela Red Bull que alterou drasticamente suas cores e mudou o seu nome para o nome da empresa. Os torcedores revoltados refundaram o time 'original' e recomeçaram o antigo clube do zero.
Faixa na Alemanha protesta contra o 'Futebol Moderno' tendo o Red Bull como alvo
Talvez ciente dessa resistência, o caso do Red Bull Brasil foi menos drástico, já que o clube não nasceu da compra de outro. Mas o que falta em identidade sobra em ousadia. Muitos torcedores do interior se revoltam contra a equipe, a comparando a Audax e outros clubes-empresa que em nada acrescentam à rica história do futebol paulista.
Contudo, ao meu ver, não se pode colocar o Red Bull Brasil neste mesmo grupo de 'aproveitadores', já que o clube representa um conceito totalmente novo e atua em escala global em diferentes modalidades, atuando com bastante profissionalismo. Talvez fosse o caso dos outros clubes, grandes e pequenos, ao invés de apenas 'odiar', tentar entender o tipo de tendência que o Red Bull Brasil representa e tirar lições de sua trajetória que ao menos até aqui tem sido de bastante sucesso.
E o DR. SIN é o responsável pelo primeiro grande lançamento de 2015. "Intactus", o 10o álbum de da banda revela já em seu título uma das principais virtudes do trio nesses mais de 20 anos de carreira: a fidelidade ao seu hard rock extremamente técnico e a estabilidade de sua formação.
Mas ao contrário do que frequentemente acontece em determinados nichos do rock/metal essa fidelidade passa muito longe da mesmice, resultando em um trabalho vibrante e criativo, talvez até mesmo superando o seu ótimo antecessor "Animal".
O álbum abre com a empolgante "Saturday Night", uma faixa rápida e com uma temática clássica que praticamente 'pede' para ser tocada ao vivo. 'How long' é outra música com refrão forte para ser cantada a plenos pulmões pelos fãs da banda e com um solo matador de Ardanuy. Duas ótimas faixas, sem dúvida, mas a coisa fica séria mesmo a partir da terceira faixa: 'We're not alone', com sua cadência, seu riff pesadão e sua letra de ficção científica, está entre as melhores faixas da discografia recente do Dr. Sin. "The Great Houdini", a melhor faixa do álbum na opinião deste modesto resenhista, conta com ótimos backing vocals e com um instrumental incrível, dessas que na segunda ouvida você já sai cantarolando até as passagens instrumentais em que Andria, Ivan e Ardanuy praticam seu 'ilusionismo sonoro' que impressionaria até o famoso escapista de quem trata em sua letra.
"Soul Survivor" começa com uma levada meio blues e com os vocais de Ivan, que combinam-se perfeitamente aos de Andria, conferindo à música uma dinâmica interessantíssima. 'The Big Screen' tem uma letra bem sacada e é a faixa que melhor representa o 'estilo' criado pelo Dr. Sin. Já a faixa "Set me free" pende um pouco para o prog metal e impressiona com sua 'quebradeira'.
Há ainda duas ótimas baladas 'old school': "This is the time" e "Without you" que emocionam sem breguismo. Por fim, encerrando a "aula" vem a faixa 'The Good Fight' que fecha o álbum com a mesma energia que ele foi iniciado.
Não poderia encerrar essa resenha sem destacar a performance individual de Andria Busic que nem sempre recebe os devidos créditos como o excelente vocalista que é e que em "Intactus" fez um trabalho primoroso como cantor e produtor. Isso sem contar o "baixão" que "come solto", roubando a cena e quase nos fazendo esquecer que ali nas seis cordas está um dos maiores guitarristas do planeta.
Enfim, mais um álbum imperdível na 'intacta' discografia do Dr. Sin.