Semana passada me deparei com um artigo bastante interessante intitulado "Futebol, Paixão e Educação" (clique aqui para ler o artigo na íntegra) que tratava da paixão pelo futebol, esse traço tão marcante de 'brasilidade' e suas influências na Educação das crianças.
Após traçar um panorama da paixão futebolística incentivada pelos pais desde cedo e suas consequências mais extremas de agressividade, a autora sugere que os pais devessem desistimular a compra de materiais escolares alusivos a clubes de futebol, a fim de manter a rivalidade futebolística longe da escola, preservando assim as crianças de comportamentos agressivos de colegas que torcem para outros times e sugere vias de diálogo entre pais e filhos para que esses aprendam a lidar com a situação, além de propor uma série de outros questionamentos sobre a postura de pais e educadores.
Reproduzo aqui um fragmento do artigo:
Para proteger nossas crianças, precisamos orientá-las quanto aos limites necessários quando o assunto é futebol e, ainda mais do que isso, se possível, as desestimular quanto à compra de materiais caracterizados, pois não temos o menor controle sobre o que se passa pela cabeça de outro jogador com os “ânimos mais exaltados”, vamos assim dizer.
Além de fã de futebol e rock'n'roll, sou também professor, trabalhando em escolas públicas e particulares e já presenciei muitas confusões causadas por situações de rivalidade no futebol, tendo que intervir drasticamente em algumas delas. Tanto que atualmente, apesar de ser apaixonado por futebol a ponto de manter esse blog sobre assunto, evito mencionar o assunto em sala de aula, e só o faço quando percebo que a turma tem maturidade para fazer comentários que não sejam ofensivos ou vulgares, o que tem se tornado cada vez mais raro.
Na minha visão de educador, o futebol reproduz todos os conflitos que existem na nossa sociedade e que ficam evidentes nos xingamentos preconceituosos (especialmente homofóbicos) que são utilizados por torcedores rivais e que na maioria das vezes fogem completamente de um contexto meramente esportivo. As arenas esportivas acabam sendo o espaço em que se é permitido dar vazão a esse tipo de sentimento que seria considerado inapropriado em outras lugares. O problema maior nesse caso é que há também uma 'arena simbólica' na qual torcedores quando reunidos, sejam em redes sociais ou em uma sala de aula, por exemplo, tendem a continuar com o comportamento da arquibancada.
Não acho que a proibição de materiais escolares com escudos de clubes seja o caminho. Entendo que esse assunto de rivalidade no futebol poderia ser um tema gerador de diferentes debates sobre aspectos éticos e que deveriam ser melhor explorados nas escolas, que invariavelmente ignoram esses fatos tão intrinsicamente ligados a formação da identidade da criança e do adolescente.
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