Há quatro anos o SÃO BENTO estava prestes a completar 100 anos e numa crise profunda. Sem muita credibilidade e com muitas dívidas, o clube jogava a Série A3 Paulista sem muitas perspectivas.
De algum lugar insondável, os deuses da bola devem ter olhado para o clube e enxergado o sofrimento de sua pequena e apaixonada torcida. O time encaixou, os resultados vieram, o público voltou. A classificação veio de uma forma dramática, catártica mesmo, com muito suor e lágrimas.
No ano seguinte, já sob o comando de Paulo Roberto Santos, a missão era voltar à elite paulista. Nova epopéia e classificação na última rodada. Suor e lágrimas se confundiram mais uma vez. O Bentão voltava ao seu lugar de direito.
Em 2015, o Paulistão da Série A foi acompanhado do medo de não cair. O time com uma das mais modestas folhas de pagamento da competição foi brioso. Venceu pouco, mas perdeu pouco. "Ufa! Viemos para ficar!"
Exorcizados seus maiores temores, era a hora de sonhar. E o são-bentista ousou sonhar. E os resultados surgiram. Olhou nos olhos dos gigantes. Feriu os dois primeiros. Matou o terceiro. Avançou de forma inédita a segunda fase. Caiu em pé! Cantou seu amor que ninguém pode calar. E a bela campanha lhe garantiu um novo sonho. O São Bento estava de volta a uma competição nacional.
Dizem que o povo do interior é desconfiado por natureza. O sucesso fulminante trouxe dúvidas. Muitas dúvidas. Será que conseguiremos disputar a Série D? Sem muito dinheiro, mas com muita coragem, partiram os são-bentistas em uma jornada que parecia insólita.
Veio a primeira vitória. Alegria. Tropeço em casa. Desconfiança. Jogadores dispensados, Querem levar nosso técnico! O "professor" ficou! Alívio! O ataque falhava. A defesa, não. Passamos de fase. E agora? Será que dá? Reforços.Esses caras não vão jogar, não? Jogaram. Decidiram. Pequenos dramas que levaram o São Bento as quartas de final contra o Itabaiana/SE.
A distância deixou todos com o coração na mão e ouvido colado no radinho. Só dava Itabaiana. Sem poder ver, sentíamos. Mexe nesse time, por favor! Mexeu! Funcionou! Gol! 1x0! Vencemos! Vamos Subir!
Faltava um jogo. Mas algo já tinha mudado. De repente, eramos favoritos. Havia expectativa, não receio. O Walter Ribeiro foi se enchendo. Faltou espaço. Será que algum "time grande" iria jogar? Não, não era um time grande! Era um GIGANTE! Um gigante azul e centenário! Um gigante com coração e história! Era isso que toda aquela gente queria ver!
Dessa vez não teve drama. Giovanni de falta abriu o placar, O criticado Giovanni. O sorocabano Giovanni. Festa!
No segundo tempo, apesar de dois sustos com duas bolas na trave do intransponível Rodrigo Viana, mais festa, graças a Magrão e seu "cheiro de gol". 2x0! Explosão de alegria! Era o Bentão na Série C!
Série C de Coragem! Série C de Comprometimento! Série C de Coração!
Série C de Coragem! Série C de Comprometimento! Série C de Coração!
Para quem não entende de futebol pode parecer pouca coisa, mas um acesso à Série C significa uma revolução na vida do clube, que poderá começar o ano sabendo que terá calendário completo em 2017. Com isso terá mais chances de obter melhores patrocínios, receberá cotas maiores, entre outras coisas, que farão o clube se tornar cada vez mais competitivo! Por isso tudo, parabéns ao nosso querido E. C. São Bento e a todos os São-Bentistas! É muito bom fazer parte dessa história!
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