sábado, 30 de junho de 2012

Futebol & Rock'n'Roll em 5 grandes músicas

O futebol brasileiro é geralmente associado ao samba e ao carnaval, compondo o estereótipo do Brasil do qual talvez jamais consigamos nos desvincilhar. 

Mas para quem, assim como eu, é fã de futebol mas não se encaixa nesse perfil, e fica deprimido quando nossos boleiros arrebentam nos gramados e pedem os "tchu tchu tchás" da vida no Fantástico, aqui vai uma lista de 5 músicas que combinam futebol e rock'n'roll.

Afinal, futebol é ginga, mas também é força, raça e explosão! 

Divirtam-se!


1.  Dr. Sin: Futebol, Mulher & Rock'n'Roll


Um verdadeiro clássico! Conta com a participação do lendário locutor Sílvio Luiz, criador de bordões inesquecíveis, presentes na letra que faz um jogo de palavras aproveitando o duplo sentido de algumas expressões futebolísticas.

Verso marcante: o refrão diz tudo: "Futebol, mulher & rock'n'roll, Meu Deus como isso é bom!!!"


2. Skank: É Uma Partida De Futebol


Bem mais pop, mas perfeita ao descrever os sentimentos comuns a todos os torcedores e representar a energia que vem das arquibancadas, afinal, "Quem não sonhou em ser um jogador de futebol?"

Verso Marcante: "Bola na trave não altera o placar", um peróla de sabedoria futebolística!



3. Jorge Ben Jor: Fio Maravilha


Ok, não temos o peso das guitarras ou a energia das outras músicas, mas cada palavra é tão perfeitamente escolhida, que seria impossível deixá-la de fora de qualquer lista. A letra se refere ao jogador João Batista de Sales, apelidado de "Fio Maravilha" (uma espécie de Obina dos anos 70), que defendeu o Flamengo e descreve o gol marcado por ele em uma partida contra o Benfica/Portugal no ano de 1972.

Verso marcante: "Só não entrou com bola e tudo porque teve humildade".


4. O Rappa: Eu quero ver gol



Mesmo quem não é fã de "O Rappa" não consegue ficar indiferente ao refrão dessa música.

Verso Marcante: "Não precisa ser de placa, eu quero ver Gol!"


5. Viper: Na Cara Do Gol


A mais obscura das músicas nesta curta lista. Em 1996, o Viper, uma das mais importantes bandas de Heavy Metal desse país, resolveu mudar radicalmente de direcionamento, gravando um excelente álbum de pop/rock com letras em Português. Sem a devida promoção, o lançamento quase que passou batido, já que decepcionou os fãs antigos e falhou ao conquistar novos. Uma das pérolas deste cd é "Na cara do gol", que começa com um sambinha sem-vergonha, mas que logo dá lugar às guitarras. A letra é simples, mas bem divertida. Vale a pena conferir!

Verso marcante: "Na cara do gol vale tudo, contanto que eu fique feliz".




quarta-feira, 27 de junho de 2012

O futuro da guitarra na Eagle XP 2012

No último sábado pude acompanhar o Eagle XP 2012, concurso promovido pela Eagle Instrumentos Musicais. Nesse país, onde o incentivo à cultura deixa MUITO a desejar, especialmente na área mais roqueira por assim dizer, esse tipo de iniciativa é muito válida, como ficou evidente com o alto nível dos participantes.
Eagle XP: Concurso chega à 2ª edição 
Os 6 finalistas foram escolhidos através de votação popular via Internet e tiveram que apresentar suas interpretações de alguns temas pré-selecionados. Entre as apresentações dos candidatos, performances de Douglas Padial, Cacá Barros (vencedor de 2011) e Hard Alexandre, além das intervenções do humorista Marcos Castro, que conduziu o evento.

Os 6 finalistas:
Felipe Mattos, Edésio César, Joel Gomes,
Léo Ormond, Daniel Duck Castro & Japa Pironi 

Ganhador? Felipe Mattos, de Colatina/ES. Vencedores? Todos os participantes que tiveram a oportunidade de mostrar seu talento, o público que pode apreciar grandes apresentações e a Eagle Instrumentos Musicais e demais patrocinadores que realizaram um grande evento.

Cacá Barros (vencedor 2011),
humorista Marcos Castro,
Douglas Padial & Hard Alexandre

Confira vídeo com a cobertura do site MusicTube:


domingo, 24 de junho de 2012

CALMA AÍ, CORAÇÃO! (Show/Zeca Baleiro Sorocaba/SP)

Zeca Baleiro:
Grande apresentação
em Sorocaba/SP
Na noite da última sexta-feira, Zeca Baleiro trouxe o seu show "Calma aí, Coração" para Sorocaba. O repertório baseado no seu novo cd "O Disco Do Ano" agitou o bom público que compareceu ao Parque dos Espanhóis.

Momento "Lual" trouxe
a lua mesmo com o
céu encoberto
E pra esquentar a noite fria Zeca Baleiro abriu o show com "O Desejo", rap que integra seu novo album. Na sequência, mais músicas novas, "Aguenta aí, Coração", "Nada Além", "Zás", "O último post", todas ótimas, mas era evidente que o público ainda não estava familiarizado com o novo repertório. A coisa mudou quando Baleiro começou a desfilar seus clássicos, "Versos Perdidos", "Quase nada", "Proibida pra mim", "Disritmia" (original de Martinho da Vila, trilha de novela, que com Baleiro ganha uma versão quase soturna) "Salão de beleza", entre outras, todas cantada em uníssono. Em "Alma não tem cor" e "Quem não tem Nova York vai de Madureira", Baleiro esbanjou carisma e bom humor na interação com o público.  Mas o ápice de diversão talvez tenha sido o "Funk da Lama", em que todos os integrantes da banda se dirigiram à frente do palco numa coreografia hilária. A letra, é claro, uma verdadeira metralhadora irônica disparando contra todos os males que assolam o nosso país.


Grande performance
também da banda
Destaque para a banda que acompanhava o Baleiro, capaz de ir do 'tecno brega" de "Salão de Beleza" ao final heavy metal apoteótico de "Telegrama"com a mesma competência. Impossível não destacar também a produção do show, especialmente em se tratando de um espetáculo de médio porte. Qualidade de som impecável e um telão que complementava a apresentação com imagens alusivas às músicas. Como no momento 'lual' (com um excelente cover de "Price Tag"), em que se exibia o mar e a lua ou na divertida animação que acompanhou "Meu amigo Enock", que, assim como a letra, fazia referências ao Facebook.
Miscelânea de ritmos
com pegada rock'n'roll

Um show memorável, daqueles de transformar em fã quem ainda não é. Para desespero dos críticos...

Confira como foi nos vídeos abaixo:



ZECA BALEIRO - FUNK DA LAMA

ZECA BALEIRO - DISRITMIA


ZECA BALEIRO - SE EU FOSSE MARINHEIRO


ZECA BALEIRO - CALMA AÍ, CORAÇÃO


ZECA BALEIRO - MEU AMIGO ENOCK


FUNK DA LAMA (letra)


(Queria dizer alguma coisa mas o Baleiro disse tudo...)


***

Funk da Lama (Zeca Baleiro)


Tanto faz se é Ivete ou Shakira
Tanto faz se Sá, Rodrix ou Guanabira
Cê vai ter que responder pelo que faz,
Cê vai ter que responder pelo que diz

Tanto faz se é patrão ou se é pelego
Tanto faz se é Pelé ou se é Diego
Cê vai ter que responder pelo que faz,
Cê vai ter que responder pelo que diz

Bota a mão nas cadeiras
Desce até o chão com graça
A moral do chão não passa

Bota a mão nas cadeiras
Dança com malemolência
Bota a mão na consciência

Vem cachorra,
Nem precisa de cama
O mundo tá atoladinho na lama

Tanto faz se é Demóstenes ou Palocci,
Se é Fábio, Mello ou Marcelo Rossi
Cê vai ter que responder pelo que faz,
Cê vai ter que responder pelo que diz

 Tanto faz se é homem do ano ou mulher–pêra
Tanto faz se é Bolsonaro ou Gabeira
Cê vai ter que responder pelo que faz,
Cê vai ter que responder pelo que diz


(Confira mais vídeos desse show clicando aqui)

Veja também:

quarta-feira, 20 de junho de 2012

O Disco do Ano - Zeca Baleiro


O título que a princípio pode soar pretensioso é na verdade uma grande ironia. Numa época de downloads caracterizada pela imaterialidade do 'produto' do músico, o "Disco do Ano" se destaca também pelo ótimo trabalho gráfico, que inclui dois encartes com as letras das músicas, e o próprio cd reproduz a aparência de um disco de vinil. E é nesse diálogo entre antigo e moderno, entre o dito e o não-dito que se constrói a poética do Baleiro.

O jogo de palavras (O amor é uma/ brasa mora /dentro do meu coração”, em “O amor viajou”), as referências pop (“O sonho de Lennon morreu / O meu não”, em “Felicidade pode ser qualquer coisa”), a incorporação de maneirismos tecnológicos à linguagem cotidiana (“O hype dos ringtones / o megahit no youtube”, em “Mamãe no Face”), enfim, todos os elementos que lhe são peculiares encontram-se novamente presentes.

A temática sentimental predomina, hora mais introspectiva, hora jocosa, refletindo aspectos das relações pessoais em tempos de redes sociais (“Vou excluir você do meu Facebook“, na faixa  “Meu amigo Enock”). Mas há espaço para a crítica aos valores da sociedade de consumo como em “O Desejo” (“Você é feliz ma non troppo / Porque nenhum bem lhe basta / E a falta a falta a falta / sua vida devassa”).

Musicalmente, o mesmo balaio de ritmos de sempre, desta vez tendo um produtor para cada faixa.

Pode não ser o “Disco do ano”, mas trata-se de uma obra que merece ser ouvida. Não importa o formato.

Confira o clip de "Calma aí, coração"


Veja também:

domingo, 17 de junho de 2012

Luís Fabiano, o Rei dos Cartões


Euro 2012 x Fifa 2014

Você aí, fã de futebol, empolgado com a Uefa Euro 2012, já deve ter se pensado se teremos o mesmo nível de organização e de qualidade na Fifa World Cup 2014 aqui no Brasil.


Bem, se os logotipos revelarem alguma coisa, já começo a sentir aquela famosa "vergonha alheia" (que nesse caso nem será tão alheia assim...)...


Compare:


O elegante logo da Euro-2012 e o do Brasil-14,
carinhosamente apelidado de 'Chico Xavier'

Pobres de nós, além de vermos nosso dinheiro gasto em obras hiper-faturadas, vide reforma do Maracanã que custará R$ 800 milhões (confira detalhes clicando aqui), ainda teremos que aguentar esse logotipo ridículo nos representando por aí.

Como diria aquele famoso locutor: Que Fase!!!

sábado, 9 de junho de 2012

Reboots & remakes: Criatividade em Crise

Cinema também é business e para evitar riscos os grandes estúdios tem suas estratégias. Nas décadas de 80 e 90 eram as continuações, que geralmente deixavam a desejar por não serem planejadas, o que melhorou muito depois que Peter Jackson, filmou simultaneamente a Trilogia "Senhor dos Anéis". Depois vieram os remakes, afinal é mais fácil apostar em histórias já conhecidas e atualizá-las com as tecnologias mais recentes. 

O "Espetacular Homem-Aranha"
e seu antecessor
 nem tão espetacular
Mas uma das últimas invenções hollywoodianas e que considero particularmente irritante são os 'reboots' que basicamente consistem em 'zerar' uma história, como se fosse possível apagar tudo o que foi feito antes. A estratégia, que pode ser muito conveniente para apagar os fiascos produzidos anteriormente (como o Batman de Joel Schumacher que destruiu a grande caracterização de Tim Burton), seria até interessante se fosse ocasional. Mas se torna desrespeitosa quando o propósito é claramente comercial e não autoral, destruindo a mitologia e a biografia de personagens clássicos que ao longo de décadas povoaram o imaginário popular ao redor do mundo. Isso acontece especialmente nas adaptações de quadrinhos, gerando  reboots de remakes como o "The Amazing Spider Man" (veja o trailer - estreia prevista para 3 de julho ), que pelo que se observa por aí, já não gera a mesma expectativa nos fãs de filme de fantasia. E há outra bizarrices por vir... O site Screenrant listou os remakes e reeboots a serem lançados em 2012. Até "Os 3 Patetas" estão na lista... (Clique aqui e confira - em inglês)...
Batman: Reboot necessário

Dessa forma, corremos o risco de ao invés de criarmos novas histórias e novos heróis para povoar o imaginário das gerações futuras apagarmos aqueles que se tornaram arquétipos de gerações passadas...




quinta-feira, 7 de junho de 2012

Nem Veraneio, Nem Caveirão...



Semana passada muito se falou sobre o “tributo” à Legião Urbana com o ator Wagner Moura comandando os vocais enquanto os outros membros faziam cover de si próprios.
Wagner Moura & Legião:
Banda Cover de Luxo?

Muitos gostaram outros odiaram e desceram a lenha nas redes sociais, ou seja, nada fora do normal. Particularmente nunca fui fã, embora conheça boa parte da letra de pelo menos meia dúzia de músicas, o que também serve de parâmetro para mostrar quão importante e popular a banda foi/é, querendo eu ou não.

O que me leva a escrever sobre isso então? Primeiramente, como um apreciador do “rock nacional” me entristece muito o tratamento desigual que damos àqueles que fizeram a história do rock’n’roll no Brasil. Temos outros ícones que jamais receberão uma homenagem de qualquer tipo de grandes veículos de comunicação não porque são menos importantes, mas porque a vendagem de discos não lhes garantiu o status pop.

Nem  Veraneio Vascaína, nem Caveirão:
Quem resgatará a memória do Rock-BR? 
Um exemplo, há algum tempo Sérgio Hinds, lendário guitarrista do “O Terço” tocou no Sesc aqui em Sorocaba/SP e juro que apenas eu e mais uns dois ou três estávamos lá para prestigiá-lo. Edu Falaschi  (Almah, ex-Angra) causou celeuma em uma entrevista em que falava do esvaziamento dos shows de bandas nacionais. Inconcebível? Não, enquanto homenagearmos apenas os grandes vendedores de discos, CDs ou downloads, grandes talentos continuarão sendo o tesouro de poucos entusiastas. Bandas como O Terço, Patrulha do Espaço, Made in Brazil e tantas outras merecem ter suas obras divulgadas porque representam o pioneirismo do rock’n’roll. Senão a molecada vai continuar achando que o rock Br começou nos anos 80 e em Brasília, que produziu importantes bandas, mas não resumem a história do rock no Brasil.

Todos somos alvos, estamos todos sob a mira...


"Tudo o que se move é um alvo, e ninguém está a salvo" (Gessinger, Humberto)
Portanto:
"Tudo que se move, está na mira" 

É esse o propósito deste blog. 

Falar sobre tudo aquilo que o nariz apontar e os sentidos captarem.

Sejam bem-vindos!