O Brasil vive tempos turbulentos em sua política, especialmente depois dos desdobramentos da última semana. Dilma, Cunha, Lula e Moro, entre outros, são os personagens principais dessa trama. Mas há coadjuvantes curiosos, como a torcida do Corinthians.
Já há alguns jogos, torcedores corintianos tem já há algum entrado nos Estádios com faixas de teor político, criticando a Globo, a Federação Paulista e a CBF e acabou sobrando até para o governo estadual, com faixas falando sobre Fernando Capez, ex-promotor que fez fama ao tentar disciplinar as torcidas organizadas e agora como deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa Paulista vê-se envolto com denúncias de fraudes e desvios decorrentes de contratos de merenda escolar.
Embora essa politização seja muito bem-vinda e com críticas reais, ela não deixa de causar questionamento em que observa de fora. Afinal, a Federação e a CBF nunca foram inimigas do Corinthians. A Globo dá tratamento especial ao clube devido a sua popularidade. Logo, a rixa deve ser mesmo com Capez, o que é compreensível.
Não podemos nos esquecer também que o ex-presidente Lula foi explicitamente o "patrono" do Itaquerão, cuja construção se deu sob circunstâncias bastante suspeitas, e foi inclusive executada por empreiteira envolvida na operação "Lava Jato", na qual Lula foi recentemente implicado.
Daí o questionamento se os responsáveis por tais protestos agem por interesses coletivos legítimos ou orientados por interesses meramente políticos no sentido mais vulgar do termo.
No início dos anos 80, os jogadores do Corinthians idealizaram a "Democracia Corinthiana" sob a liderança de Sócrates. A Democracia Corinthiana de então, além de promover uma espécie de auto-gestão no clube, trouxe ao futebol temas políticos como as "diretas já".
Se os torcedores que portam essas faixas estiverem imbuídos do mesmo espírito de Sócrates, Casagrande e outros, a iniciativa é mais do que louvável. Na hipótese de serem apenas militantes partidários disfarçados de torcedores, poderíamos interpretar que atuam em causa própria, defendendo aquilo que apregoa seu mecenas. No segundo caso, ficara a dúvida de o Doutor Sócrates realmente aprovaria isso tudo.
ATUALIZAÇÃO (22/03/2016):
Nova fase da Operação Lava-Jato envolve oficialmente a "Arena Corinthians" (ou "Itaquerão", como preferirem), indicando cobranças e pagamentos de propinas por parte da Construtora Odebrecht. Leia mais no link abaixo:
http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/pf-da-detalhes-sobre-26a-fase-da-lava-jato-assista
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