Esta semana marcou duas décadas do trágico acidente que vitimou a banda Mamonas Assassinas. Donos de um humor politicamente incorreto, a banda que misturava referências de The Clash, Red Hot Chili Peppers, passando pelo heavy metal, sertanejo, baião e pagode, conseguiu agradar crianças e adultos chegando meteoricamente aos mais populares programas de tv. Conseguiram um feito hercúleo de "viralizar" na base do "boca a boca" em uma era pré Internet.
Conheci a banda através de uma amigo visionário que comprou o LP só porque achou graça da capa. Era um presente para seu pai, vejam vocês que ideia. Gravei o disco em uma fitinha K7 que tocou até gastar no meu precário gravador CCE cuja a tampa do compartimento de fita insistia em cair (sem contar o "mal contato" que fazia o aparelho funcionar a sua própria vontade). Aquela fitinha K7 foi reproduzida para outros guris e assim foi. De modo que quando a banda estourou pelo menos na minha rua e no meu círculo de amigos já sabíamos as letras de cor.
Ainda tive a chance única de assistir Dinho (voz), Júlio Rasec (teclados), Bento Hinoto (guitarra), Sérgio Reoli (bateria) e Samuel Reoli (baixo) tocarem ao vivo no Clube União Recreativo Campestre em Sorocaba/SP. Evento praticamente sold out, a maioria absoluta adolescentes hiptonizados pela magia do quinteto.
Por isso, como homenagem, ao espírito do blog destacamos três momentos. Primeiro, esse vídeo em que Dinho e Cia incorporam narradores de futebol utilizando com maestria os recursos que ainda hoje sobrevivem nas transmissões de rádio:
O segundo, é essa entrevista do vocalista Dinho imitando os típicos jargões utilizados pelos jogadores nas entrevistas:
Por último, temos a versão da música "Pelados em Santos", o maior hit do quinteto e que ganhou uma paródia entoada por diversas torcidas, mas que, até onde eu lembro, começou com a torcida do Internacional/RS, que a rebatizou de "Camisa vermelha":
A música ficou tão marcante para a torcida do Internacional que ganhou até versões "oficiais", como essa da banda "Ataque Colorado":
Ou essa outra versão, executada na inauguração do novo "Beira Rio":
Se os Mamonas Assassinas teriam o mesmo êxito em um segundo disco não sabemos. Particularmente, acho pouco provável. O fato é que jamais teremos outro fenômeno de igual amplitude, especialmente nesses dias em que o politicamente correto impera de forma um tanto quanto enfadonha. Mas enquanto tivermos moleques arteiros (e torcedores) por aí, o legado "mamônico" estará a salvo.
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