segunda-feira, 8 de abril de 2013

Viper: Discografia Comentada

Há exatos 28 anos o Viper dava início a uma trajetória que se eternizaria na história do rock/metal mundial. 8 de Abril é a data do primeiro show da banda realizado em 1985 (posteriormente transformada também no título de uma canção).
Para celebrar essa  data  especial a banda prepara o relançamento de sua discografia e também um DVD gravado durante o ano passado na reunião com André Matos para se celebrar os 25 anos do primeiro álbum "Soldier of Sunrise", além de ter sido confirmada como uma das atrações do Rock In Rio.
Uma característica fundamental da obra do Viper é sem dúvida a diversidade. Não há um disco 'igual' ao outro. Isso causou confusão entre os fãs e podemos dizer que até prejudicou a carreira da banda em determinados momentos. Porém, ao analisarmos com o devido amadurecimento que só o tempo trás, fica evidente que isso foi mais uma virtude que um defeito.

A seguir, faço uma breve análise de cada um dos discos da banda.

Discografia Comentada

Soldiers of Sunsire (1987)

O disco marcou época por dois motivos: primeiro por trazer uma produção bastante razoável para os padrões da época. Segundo porque as música eram realmentes boas, na linha do metal tradicional com temas épicos a la Manowar. Já ficava evidente a facilidade da banda em produzir temas que 'grudavam na orelha'. Destaques para a faixa título, "H.R" e"Sign of the Times".

Theatre of Fate (1989)

Até hoje imbatível como "a obra-prima" do heavy metal nacional e digno de entrar em qualqer lista dos maiores clássicos do estilo. As características que despontavam em "Soldiers", não só se aprimoraram como geraram um verdadeira sinfonia. Com produção gringa, toda a riqueza melódica da banda ganhou destaque. E Pit Passarel se destacava pelas letras que se tornaram hinos de gerações. Injusto destacar uma só faixa. Disco para ser ouvido de 'cabo a rabo'. 

Evolution (1992)

O que você faz logo após compor uma obra-prima? Com o perdão do trocadilho, o Viper mostrou que a 'Evolução' sempre é possível, mesmo em cirscunstâncias desfavoráveis, como a saída do vocalista Andre Matos. Com Pit Passarel nos vocais, 'Evolution' trouxe um Viper distante do metal sinfônico numa junção de estilos que juntavam características que iam do metal tradicional, a riffs quase thrash. Pesado e e surpreendentemente original, consolidando o nome da banda no cenário internacional. Destaques: a grudenta 'Rebel Maniac', 'Dead Light', 'Still the Same e a faixa título. 

Vipera Sapiens (1992)

EP com 5 faixas inéditas e mais uma versão acústica para a balada "The Spreading Soul" do Evolution, cuja sonoriedade se aproxima.

Maniacs in Japan (1993)

O sucesso no Japão rendeu esse ótimo álbum ao vivo, em que podemos ouvir Pit Passarel cantando algumas faixas da fase Andre Matos. Podemos dizer que o que faltava a Pit em técnica sobrava em emoção, e as performances são realmente empolgantes.

Coma Rage (1994)

O Viper tinha ganho uma proporção que talvez os mais novos não consigam entender, então a expectativa sobre o sucessor do Evolution era muito grande. Talvez por isso muitos fãs tenham se desapontado com a sonoridade hardcore da faixa titulo. E talvez Coma Rage seja mesmo aquele tipo de álbum que causa estranhamento a princípio mas depois da segunda ouvida você já está cantando junto. Posteriormente, a própria banda reconheceu que a produção deixou a desejar. Destaques: 'Coma Rage', 'Far and Near' e 'Makin' Love'.

Tem Pra Todo Mundo (1996)

Parece que ter saído do Metal Tradicional para o 'Hardcore' não era suficiente para o Viper e "Tem pra todo mundo" foi o extremo das mutações da banda: um disco de pop rock em Português, com produtor do Legião Urbana e até um 'sambinha' no meio. Falando assim parece um 'fiasco', mas ao contrário o que temos é um ÓTIMO álbum, com boas letras e bem superior a  muita coisa que frequentava a parada da época. Mas  é claro que foi a 'morte' da banda para muitos fãs. E embora a faixa '8 de Abril' tenha atingido as paradas da MTV, o sucesso comercial não rolou. Destaques para as músicas 'Sábado', 'Na cara do gol' (sobre a qual já escrevi aqui) e '15 anos'.

Everybody, Everybody: The Best of Viper (1999)

Coletânea que abrange todos os trabalhos anteriores da banda, mas sem maiores atrativos.


20 years: Living For The Night (2005)



DVD comemorativo dos 25 anos da banda, com depoimentos (alguns bem engraçados) de integrantes das diversas fases. Mas o grande destaque é o show do 'Maniacs in Japan' que até onde eu sei não havia sido oficialmente lançado anteriormente. 


All My Life (2007)

E quando todo mundo dava o Viper como uma história acabada, eis que a ressurreição e a volta ao metal ocorre com o ótimo All My Life, que traz Ricardo Bocci nos vocais e também inclui uma participação especial de Andre Matos. O álbum soa como uma mescla do que melhor a banda produziu, ou seja, um pouco de Theatre of Fate aqui e um pouco de Evolution acolá, é claro com elementos mais modernos. A formação contudo não teve vida longa. Destaques: 'Come On Come On', 'Love is All' e 'Do it all Again'.

O que esperar do Viper? Com um banda que sempre se reinventou é difícil prever, mas aos fãs resta esperar que a banda surpreenda novamente e que sabe ainda venha nos presentear com novos discos.

Veja também:
Viper no Rock in Rio
Andre Matos: Review e vídeos do Show em Sorocaba/SP

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