Por muito pouco o Corinthians não manchou sua merecida conquista com uma derrota no jogo do título, que ironicamente teve uma "ajuda" do rival São Paulo. Mas o outrora contestado Vagner Love fechou a conta do hexa corintiano com um empate.
Um empate que coroou o exemplar trabalho de Tite, que em tempos não muito remotos fora chamado de "empatite", mas que em seu melhor trabalho acumulou muito mais vitórias que qualquer outro rival.
E Tite foi mesmo o cara do campeonato. Recuperou Vagner Love, fez Malcolm ter momentos de protagonismo, transformou o patinho feio Jadson no craque do campeonato, levou Renato Augusto, Elias e Gil para a seleção brasileira, entre outros tantos pequenos milagres.
Tite pode não ser um gênio como quer parte da mídia, mas é inegável que ele demonstrou três qualidades que fazem um vencedor, especialmente em um campeonato de regularidade: obstinação pela vitória, aplicação e disciplina tática e, é claro, liderança. Em outras palavras, os jogadores acreditam e jogam com o técnico.
Esse é o grande mérito do Corinthians hexacampeão: apostar no jogo coletivo, abrindo mão de estrelas como Pato, Sheik e Guerrero. Aliás, um bom parâmetro é o desempenho de Guerrero. No Corinthians, brilhava. Fora do Corinthians teve lampejos e nada mais. Enquanto isso,Luciano, que mais tarde lesionou-se, e Love brilharam. Acredito que isso aconteceria com qualquer peça do elenco corintiano caso fosse deslocada para outra equipe. É o senhor Tite quem faz a engrenagem funcionar.
"Ah, mas a arbitragem ajudou o Corinthians". Sim, e não foi pouco. Porém, acredito que desta vez nem seria necessário. Os adversários não tiveram metade da competência corintiana. O Atlético-MG sofreu goleadas na reta final, incluindo o sapeco que levou em casa do próprio Corinthians. O campeonato não foi manchado. O futebol brasileiro é que está manchado faz tempo. E você, torcedor, que mesmo assim não abre mão de acompanhar seu time já deveria ter se acostumado a isso.
Parabéns aos campeões. E aos outros clubes, talvez seja mais proveitoso entender o que Tite e o Corinthians fizeram de correto, ao invés das eternas reclamações de favorecimento.
Veja também:
6-6-6: o número da besta no Paulistão 2016