Era para ser só uma noite de futebol e rock'n'roll em Paris. Em um canto da cidade, a banda Eagles of Death se apresentava para 1500 pessoas. Do outro, no Estade de France, a seleção francesa enfrentava a campeã do mundo Alemanha em partida amistosa.p Os mais reservados talvez buscassem em um jantar o início de uma noite de romantismo.
Em comum, o fato de que todos amavam. Amavam a si próprios e por isso se divertiam. Amavam a vida e por isso buscavam alguma forma de celebrá-la.
Quem já gritou gol em um estádio lotado ou cantou sua música favorita em um coro de mais de mil vozes, ou ainda, se entregou a um beijo apaixonado sabe o que é viver. Sabe que a vida é o agora. Sabe que a vida está em si próprio, mas a plenitude da vida está no outro. A plenitude da vida está no nós.
Mas aí entrou o fanático. O fanático não gosta de futebol, não gosta de rock'n'roll, nem de beijos apaixonados. O fanático não celebra a vida. Não celebra o agora, não celebra o nós. O fanático só enxerga o eu. O fanático vê no outro o ímpio, o inimigo. A única forma que tem para aplacar seu egoísmo é acabando com o outro. O fanático não vê problema em morrer, pois sua recompensa não está no agora. Sacrificar-se é seu mais nobre ato. O fanático celebra a morte. O fanático celebra o caos e a barbárie como presenciado nesta sexta-feira, 13 de novembro, em Paris.
Esse não foi um atentado apenas contra a França, foi um atentado contra a liberdade e contra tudo que entendemos por civilização. Por isso, superado o luto, será preciso intensificar a luta. E, infelizmente, as consequências deverão ser drásticas.
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