Ok, a premissa é mesmo esdrúxula: "presidente de dia e caçador de vampiros à noite". Mas se mesmo assim você se interessar em assistir "Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros" (adaptação do livro homônimo de Seth Grahame-Smith) é provável que você encontre o que procura: ação ininterrupta, sangue e vampiros dilacerados pelo machado banhado em prata de Abraham Lincoln.
Toda vez que uma figura política é levada à tela ela traz consigo uma série de questionamentos ideológicos. O que dizer de uma figura política que é transformada em um super-herói a la Van Helsing, que move seu machado feito Bruce Lee, que tem as habilidades dedutivas de um Sherlock e a obstinação e retidão que só um figura histórica retratada por Hollywood poderia ter? Pois é, nesse caso, nada que possa ser levado muito a sério...
Na trama, a trajetória de Lincoln (Benjamin Walker) para construir uma América menos desigual se inicia com o desejo de vingar a morte de sua mãe causada por um vampiro escravista e motivada por um dívida de sua família. E é esse o único simbolismo do filme: os escravistas do sul são na verdade vampiros que, além de manter os negros como escravos, eventualmente os utilizam em suas refeições.
É claro que Lincoln será bem sucedido, primeiro com seu machado, depois com suas palavras que o levarão à liderança da nação e, finalmente, à guerra que causará a aniquilação dos vampiros. Bem, talvez aniquilação não seja o termo mais exato, já que em uma das cenas finais um dos personagens menciona que os vampiros que sobreviveram fugiram para a América do Sul. Isso explicaria porque as coisas por aqui nunca andaram muito bem...
Conjecturas à parte, grande diversão para que procura somente isso. E o mais estranho de tudo é ao término da sessão você passar a considerar que não seria má ideia termos políticos que na calada da noite saíssem decapitando os 'sanguessugas' do poder. Mas este seria um sonho grande demais até mesmo para Hollywood...
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