Enquanto algumas bandas passam sua carreira tentando se desvincilhar de determinados rótulos, outras parecem dispostas a quebrar determinados paradigmas. É neste segundo grupo que podemos colocar a HIGHER que com seu autointitulado álbum de estreia tem conseguido dar um nó na cabeça dos resenhistas.
A banda é formada por Gustavo Scaranelo (guitarra), Cezar Girardi (vocal), Andrés Zúñiga (baixo), Pedro Rezende (bateria) e Felipe Martins (guitarrista que se juntou ao grupo após as gravações), todos músicos profissionais com imensa bagagem e carreira estabelecida em outros estilos e que decidiram se reunir para tocar aquilo que realmente gostam. O resultado é um heavy metal clássico, porém, distante do que se convencionou chamar de 'metal tradicional', muitas vezes pendendo para o prog metal, se equilibrando na linha tênue que define os estilos. Contribui para o bom resultado final, a participação de Fernando Quesada e Thiago Bianchi (ambos do Noturnall) na produção do álbum.
A faixa de abertura 'Lie' já começa como um verdadeiro atropelamento sonoro, iniciando-se com um refrão poderoso seguido de uma rifferama de tirar o fôlego. Essa acaba sendo a tônica do álbum: as passagens instrumentais são bem medidas o que torna as faixas bastante 'diretas' como demonstra a faixa seguinte, "Illusion", um pouco mais melódica e com um coro bem legal.
No entanto, é a partir da terceira faixa - "Keep me high" - que começam a aparecer as grandes virtudes da banda, que consegue resultados muito mais interessantes quando investe mais em melodia e nuances mais progressivas.
"Climb the Hill" é outro ponto alto, o refrão marcante e um maravilhoso riff que remete as bandas clássicas de rock progressivo.
Em "Like the Wind" a banda tira do bolso vários coringas e mostra toda musicalidade ao incorporar elementos diversos.
A belíssima "Break the Wall" é a "balada" do álbum. Com um andamento mais lento e uma letra 'humanitária' e uma bela interpretação de Girardi.
"Time to Change" retoma peso inicial em grande estilo. "Make it Worth" mantém a adrenalina em alta e conta com uma passagem acústica muito interessante. E "The sign" fecha o álbum como ele começou, ou seja, outra tijolada na música mais 'power' deste trabalho.
Para quem aprecia música pesada e bem executada, o HIGHER, sem dúvidas, uma grata revelação. É uma questão de tempo e estrada para que a banda conquiste um reconhecimento maior junto ao público e, com o perdão do trocadilho óbvio, possa atingir voos ainda mais altos.
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