Neymar é um jovem craque que arrasta multidões onde quer quer vá. Tê-lo na capa certamente já garantiria uma certa notoriedade e alavancaria as vendas da revista. Isso poderia ser feito de inúmeras formas.
Mas eis que alguém teve a ideia bizarra de retratá-lo como Jesus Cristo crucificado. Ao invés de aproveitar todas as outras possibilidades, optou-se por aquela que chocaria mais, criando uma polêmica artificial e mexendo com a religiosidade que, gostem ou não, está no âmago da sociedade brasileira, com reflexos nos gramados, haja vista a grande quantidade de atletas que propagam slogans religiosos. E de certa maneira, esse é um retrato do jornalismo esportivo brasileiro, cujo lema parece ser "para que informar, quando se pode polemizar"?
Além disso, nada mais falso que a figura do "Ney-mártir": craque, que ganha milhões, e na maioria das vezes tem o respaldo da mídia (inclusive da própria revista que o coloca na posição de vítima) e a proteção da arbitragem.
Felizmente, temos a virtude da tolerância e com excessão de alguns protestos indignados a repercussão não será tão nefasta. Como disseram em um comentário que eu li por aí, fosse Maomé caracterizado com um moicano e de fato teríamos um grande problema.
Mesmo assim, acredito que a imagem de Neymar sofreu mais um arranhão desnecessário. Esperemos que com a bola nos pés ele consiga nos fazer esquecer dessa grande bobagem...
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