Ontem, em Sorocaba, tacaram tinta vermelha na estátua do Baltasar Fernandes. Era um protesto contra a PL 490 que retira direitos de indígenas às suas terras.
Vi em uma rede social, muita revolta contra o vandalismo dessas pessoas que "não respeitam a história".
A maioria das pessoas não conseguiu entender o que uma coisa tinha a ver com a outra. Sequer pareciam entender que o vermelho representava o sangue dos índios. Acho que nunca ouviram falar que o célebre fundador da cidade caçava índios por aí.
Esse é um ponto controverso da história e esse fato local pode ser visto também como um desdobramento de outras manifestações globais.
Nessa semana, na Colômbia, derrubaram uma estátua de Cristovão Colombo e a arrastaram pelas ruas.
No Canadá, depois dos escândalos sobre crianças indígenas mortas e torturadas para abandonar sua cultura, também muita revolta contra o passado colonialista. Estátuas da Rainhas foram o alvo das manifestações. Igrejas também foram queimados (link abaixo).
Durante os protestos "Black lives matter" estátuas de mercadores de escravos foram vandalizadas. Em Bristol, na Inglaterra, uma delas foi parar no fundo do rio.
Aqui no Brasil, ainda temos a estranha tradição de homenagear episódios e personagens não tão gloriosos do passado, dando seus nomes a ruas, praças, avenidas e rodovias.
Não é possível passar uma borracha em tudo. Educar melhor as gerações futuras para que possam entender esse passado tão "cringe" talvez seja o único caminho.
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